3004 em Deodoro:Repouso após breve operação assistida.
Essa cena será muito comum daqui pra frente...
China, 1.5 bilhão de habitantes. Regime comunista. Famoso pelos seus produtos que transbordam as nossas prateleiras e camelôs, sejam originais ou "originais".
De lá, vem os nossos novos trens. Denominada por Série 3000, ficou encarregada a CNR a fabricação de 30 unidades para a Supervia. O preço de produção ficou baixo, o que era esperado de uma empresa chinesa, e os motivos são muito óbvios(baixo custo de mão de obra já basta pra exemplificar).A partir daí, eles apresentaram o "Negócio da China": Fecharam dentro do preço estipulado a compra de mais 4 unidades, devido ao baixo preço oferecido na compra. Contrato assinado, produção iniciada.
Em outubro de 2011, o 3001("1° Lote") chega ao Rio. Chegada nada discreta, sob holofotes da imprensa que neles aplicam a esperança de melhoria nos transportes. Mas demorou para chegar de fato em nossos trilhos. Desenrolo aduaneiro, falta de adaptadores para transporte em locomotivas da MRS, avarias nas máscaras decorrente de conturbada viagem no navio Da Zhong, problemas com vistos dos técnicos chineses da CNR, testes e mais testes...
Acima, minha primeira foto do 3001(e consequentemente, dos trens chineses): Novembro de 2011.
Não imaginava que, para andar nele, teria que esperar 4 meses.
Aí é só olhar para a foto abaixo das minhas primeiras viagens nele, feita em abril de 2012.
Finalmente ele começa a operar, assistidamente por técnicos da empresa, ao final de março de 2011. Antes disso, em janeiro, o 2° lote já tinha chegado, com mais 3 trens(3002, 3003 e 3004).
A Supervia aqui com certeza não acompanhou a velocidade digna de uma linha de produção chinesa, ou melhor dizendo, da própria CNR. Agora, em maio ela libera para operação assistida os trens do segundo lote. Natural seria se ela não tivesse recebido o 3° Lote de trens (3005,3006,3007,3008) em março e o 4° Lote em abril, com nada mais, nada menos que 8 unidades!
A unidade da foto acima é a 3009(Acima à esq.), estacionada em Deodoro horas após seu
translado do Porto, acoplada junto com o 3013(Abaixo). Para facilitar o translado, as
unidades estão sendo acopladas para realizar o menor número de viagens
possível para transportá-las.
Agora nos parece que ela pegou o embalo, depois de um sacode que, ao divulgar da notícia da chegada desse "presentão" no Porto do Rio, fez a mesma levar para o C.M.Deodoro de maneira imediata os trens do 3°Lote que em São Diogo vagavam sob testes estáticos. Ela corre agora contra o tempo para ficar com o menor número de chineses possível em testes dentro de suas oficinas, que inevitavelmente vão ganhando tons de azul...
3007 em testes na "Linha Zero" de Marechal Hermes: Aceleraram o passo nos testes
dos trens do 3°Lote, com toda razão.
Claro que é uma ótima notícia saber que temos metade dos trens prontos, e que, continuando tudo nesse ritmo, podemos esperar a vinda de todas as unidades até o final do ano. Mas o que interessa não é somente o chegar no Porto, ser transportado para as dependências da Supervia e ter que ainda aguardar testes e operações assistidas de unidades que já chegaram há mais de 3 meses. Estamos no meio do mês de maio, com o 3001 ainda fazendo poucas operações e de certa maneira evitando os horários de pico - com raras, se não sequer uma única operação para Bangu, e os trens do 2° Lote com revezamentos entre eles mesmos para realizar operação assistida.
3001(E) e 3002(D) nos desvios de Deodoro, as 16:45 da tarde.
O 3001 não poderia estar a essa hora fazendo um serviço para Bangu?
No final das contas, a relativa demora nos testes não representam problema algum, perante um problema que aos poucos surge e que vai se deflagrar com a crescente frota de chineses da Série 3000 e da próxima licitação de 60 trens vencida pela mesma CNR ! Mas isso será assunto para um próximo post.
2 comentários:
Entra trem, sai trem e continua o suburbio na mesma.
Ao invés de aumentar a frota os trens da série 3000 só repõe as perdas causadas pela manutenção deficiente da supervia.
Antes mesmo de chegarem já canibalizaram uma frota interia de TUEs, e agora já estão encostando os trens da série 9000 que foram reconstruídos não faz 10 anos.
Por enquanto os chineses vão se acumular nos pátios depois vão assumir o lgar das unidades que estão sendo baixadas agora, e continuará a supervia a operar muito abaixo da demanda.
Na realidade, todas as compras de trens até agora realizadas somente servirão para repor frota de trens, se for levar como base os 256 trens da CBTU em 1984. No final das contas ainda teremos menos que isso - em torno de 220 unidades. Mas não deixa de ser um reforço de frota a mesma, deficitária e que não acompanhou o crescimento significativo da demanda nos últimos 10 anos.
Postar um comentário