No ano de 1931 o então Ministro da Viação José Américo determinou a retomada para os estudos de eletrificação dos subúrbios cariocas,já que desde a década de 1920 havia planos de eletrificação, que por sinal não foram muito adiante, devido principalmente a crise financeira de 1921.Em 1919 foi autorizado os estudos sobre a eletrificação de 62 km da Central do Brasil a Belém(Japeri),incluindo os trechos posteriores Belém-Barra do Piraí e Belém-Paracambi;ramal de Santa Cruz; ramal da Marítima(onde hoje é a Cidade do Samba)e São Paulo.A Central recebeu propostas das seguintes empresas:English Electric,Metropolitan Vickers(Inglaterra),General Electric(EUA) e Monlevade & Cia.(Consórcio brasileiro).A General Electric ganhou,mas não levou o projeto.
O edital foi aberto somente em 1933,no dia 13 de janeiro,já no dia 31 de maio era publicado no Diário Oficial o vencedor da licitação.A Metropolitan-Vickers Electrical Export estava responsável pelo fornecimento de material rodante e instalação de subestações, edifícios, oficinas, abrigos, linhas de transmissão, linhas de contato e sinalização.Participaram também as seguintes empresas:General Electric, Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens Schuckert Werke, AEG Companhia Sul-Americana de Eletricidade, Consórcio Italiano de Eletrificação/E. Kemnitz & Cia. Ltda. e Sociedade Comercial e Industrial Suiça no Brasil.
Série 100 sendo construída na Inglaterra
Em 1936,chegaram ao Rio de Janeiro os primeiros trens elétricos dos trens de subúrbio carioca.Dispunham de formação básica de 3 carros,na qual as cabines de condução situavam-se nos carros-reboque,e o carro motor entre ambos.Foram os primeiros trens brasileiros a ter caixa metálica,de aço carbono.Sua primeira viagem foi no dia 21 de dezembro de 1936,entre Mangueira e São Cristóvão.Em 1937 o mesmo já fazia viagens de D.Pedro II até Madureira, em 1938 o mesmo já percorria de D.Pedro II até Bangu e Nova Iguaçu..
Série 100 no 1°dia de operação do trêm elétrico na Mangueira e São Cristóvão respectivamente.
A guerra acabou em 1945.Sem mais delongas 3 anos depois, em 1948 chegam mais 30 trens idênticos aos 60 que desembarcaram no Rio entre 1936 e 1937, para dar conta do boom de demanda que ocorreu, o que não foi suficiente e levou a licitação da então Série 200, papo para o outro post.
Fotos de um carro motor da segunda fase dos Séries 100 e do seu interior
Esta série ao longo de anos de carreira teve várias pinturas e faces:
As duas fotos abaixo representam uma das modificações da Série 100 que deve ter causado muita confusão, afinal ficaram bastante semelhantes, marcando uma tentativa de padronizar as unidades da então RFFSA.
Esta modernização em alguns Séries 100 os deixou semelhantes frontalmente aos trens da Série 400 ''Fase I''.Consegue reconhecer quem é 400 e quem é 100 nas duas últimas fotos???
Após mais de 50 anos de serviços prestados na década de 80 eles foram substituídos e aposentados,com a chegada das séries 500,700,800 e 900.Não totalmente,já que alguns foram remanejados para rodar nos ramais de bitola métrica(1000mm).Com o tempo eles foram abandonados,sucateados e cortados...
Carros da série 100 convertidos em vagões de bitola métrica do ramal de Guapimirim
Série 100 em Gramacho,também convertido para bitola estreita.Ambos os carros das duas fotos acima já foram aposentados
Trens da Série 100 já sucateados em Paciência,no ano de 1986.
Carro sucateado na estação desativada de Francisco Sá até hoje.
Apenas um ''sobreviveu'' e está parado na estação Barão de Mauá,a espera de restauração.O 1° trêm elétrico do Rio está atualmente assim:
Existe também um que roda até hoje mas como trem socorro da rede aérea pela SuperVia,que espero fotografar um dia.
Enfim,deu trabalho este post...até logo!!
Fotos obtidas do acervo pessoal de Hugo Caramuru.
Última foto do post é de autoria de Renan Souza.
Um comentário:
Belo trabalho, precisamos contar as histórias de nossas ferrovias para que a população aprenda a cuidar e preservar nossos trens.
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